Esta edição do evento incluiu, ainda, a cerimônia de posse da nova diretoria do ANDES-SN para o biênio 2025-2027.
Lapidada cuidadosamente no meio da floresta amazônica, a Universidade Federal de Manaus (UFAM) foi o palco para a realização do 68º CONAD do ANDES-SN, o segundo maior evento deliberativo do Sindicato Nacional. Mais de 300 docentes de diversas instituições públicas de ensino do país, participaram do evento entre os dias 11 e 13 de julho, no auditório Rio Amazonas, com o tema “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”, o evento foi organizado pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua – Seção Sindical do ANDES-SN). O objetivo central do Conad foi atualizar o plano de lutas geral e os planos setoriais da categoria docente, aprovados no 43º Congresso, que ocorreu no final de janeiro em Vitória, no Espírito Santo. Além disso, os(as) professores(as) também apreciaram e aprovaram a prestação de contas do último período.
A primeira atividade do 68º CONAD foi o ritual de defumação, com o indígena Jaime Diakara Dessano. A defumação é uma prática ancestral entre os povos nativos, sendo usada em cerimônias de oração, proteção, purificação e cura. As ervas sagradas são queimadas para produzir fumaça que dispersa as impurezas e inicia o processo para limpar quaisquer sentimentos e pensamentos negativos e afastar maus espíritos. O responsável pelo ritual de defumação é Jaime Diakara Dessano, pedagogo, mestre em Antropologia Social, doutorando no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social (PPGAS) pela UFAM, escritor de literatura indígena do povo Desâna e palestrante sobre cosmopolítica Desâna.
Complementando a abertura do evento, o público presente em Manaus teve a oportunidade de assistir a apresentação dos Bois Parintins Garantido e Caprichoso. Atuando desde 2021, o Cateto da Toada é um grupo musical formado por parintinenses que residem em Manaus. “Cateto” significa luz na seara óptica. O grupo escolheu esse termo porque defende que cada integrante carrega um dom e fazem da toada a luz da arte nortista, forma poética para exaltar nossas origens e costumes. Integram o Cateto da Toada como levantador, Alciro Neto; tecladista, Gilvan Pimentel; dançarino, Raulino Christian; dançarina, Adriane Oliveira; e como tripas dos bois, Edilson Dacio e Jackson Carvalho. O grupo interpretou as toadas do Boi-Bumbá Caprichoso, “Amazônia, nossa luta em poesia” e “Málúù Dúdú ”, e do Boi-Bumbá Garantido, “Garantido: Povo Negro da Amazônia” e “Vermelho”.
Depois das apresentações culturais que recepcionaram as(os) docentes na Universidade Federal do Maranhão (UFAM), a mesa de abertura contou com diversas lideranças do ANDES-SN e de entidades ligadas ao setor da educação federal.
O Sindicato Nacional dos(as) Servidores(as) Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica do Amazonas (SINASEFE/AM), Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), Representante de Movimento de Luta dos Trabalhadores Independentes (MLTI), Associação Crioulas do Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito, Fórum das Águas, Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET), além de outras representatividades tiveram a oportunidade de falar e salientar a importância do Conad, da conjuntura e do ANDES - Sindicato Nacional.
Logo após as falas, a mesa de abertura se desfez e o momento passou a ser sobre a despedida da diretoria gestão (2023-2025) e a posse da nova diretoria (2025-2027).
Os(As) professores(as) Cláudio Anselmo de Souza Mendonça (UFMA) – Presidente Eleito; Fernanda Maria da Costa Vieira (UFRJ) – Secretária-Geral Eleita; Sérgio Luiz Carmelo Barroso (UESB) – 1º Tesoureiro Eleito e o Representante eleito(a) da Regional Norte 1 do ANDES-SN (2025-2027), Marcelo Vallina – 1º Vice-Presidente da Regional da Regional Norte I dividiram a mesa com o Triunvirato da gestão anterior, Gustavo Seferian (presidente); Francieli Rebelatto (secretária-geral) e Jennifer Susan Webb Santos (1ª tesoureira).
O presidente da gestão (2023-2025), Gustavo Seferian, fez o seu discurso de encerramento e entregou o relatório Relatório de Atividades ao presidente eleito (2025-2027). Após entrega do documento, a palavra ficou a cargo da Secretária-Geral (2023-2025), Franciele Rebelatto, que passou o ato de posse para o presidente (2025-2027), Cláudio Anselmo de Souza Mendonça assinar, e, na sequência, fez a chamada nominal e sequencial das(os) demais diretoras(es) para uma assinatura simbólica do ato de posse
NOVA DIRETORIA ANDES-SN
Na sequência, ocorreu a cerimônia de posse da nova diretoria do Sindicato Nacional para o biênio 2025/2027, eleita em maio deste ano. Cláudio de Souza Mendonça, Fernanda Maria Vieira e Sérgio Barroso assumiram, respectivamente, os cargos de presidente, secretária-geral e 1º tesoureiro. Foi feita ainda a chamada nominal de toda a diretoria, composta por 83 diretores e diretoras, para a assinatura simbólica do ato de posse.
Cláudio de Souza Mendonça, novo presidente do ANDES-SN, realizou um discurso marcado pela emoção e pelo compromisso político. Ele destacou a importância dos laços construídos ao longo da trajetória de militância sindical e reforçou a urgência da luta coletiva diante dos ataques aos direitos da classe trabalhadora e da ascensão da extrema direita.
O docente, que é o primeiro presidente negro eleito no ANDES-SN, relembrou sua trajetória sindical e acadêmica, desde a atuação como técnico-administrativo e docente no Instituto Federal do Maranhão (IFMA) até a filiação à base da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Maranhão (Apruma SSind.), quando foi redistribuído para a Ufam, em 2012. “Me filiei imediatamente a um sindicato que é uma referência para mim desde o tempo de secundarista, quando meus pais eram ocupantes de terra urbana e professoras e professores da Apruma SSind. estavam ao lado do povo nas grandes ocupações que sacudiram São Luís nos anos 1980”, relatou.
Emocionado, fez homenagens à companheira, aos filhos e aos pais já falecidos, lembrando a importância da ancestralidade e do acolhimento em espaços como o quilombo Negros e Negras. “Mesmo com as diferenças salutares que existem, que nos ajudam a avançar, nunca sofri nenhum tipo de violência. Isso, para mim, é muito importante e não poderia deixar de registrar”, disse.
LANÇAMENTOS
Durante a mesa de abertura do 68º Conad, foi lançada a edição nº 76 da revista Universidade & Sociedade (U&S). Participaram da apresentação representantes da comissão editorial da publicação: Jennifer Webb, Annie Hsiou e Letícia Nascimento, diretoras da gestão que se encerrou.
Com o tema central “As lutas anticapitalistas no contexto da COP 30: em defesa da vida, da Amazônia e dos povos originários/tradicionais”, a edição reforça a articulação entre a defesa ambiental, os direitos dos povos e a crítica ao modelo de desenvolvimento baseado na exploração e destruição dos territórios.
A Universidade e Sociedade é uma publicação semestral do ANDES-SN, voltada para o fomento de pesquisas e debates relacionados tanto às experiências no campo da pesquisa acadêmica como oriundos das experiências sindicais e sociais acerca de temas de relevância para as lutas empreendidas pelas e pelos docentes em defesa uma educação pública, gratuita e de qualidade.
CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOCENTE
Ainda na plenária de abertura, Amanda Moreira e Pedro Costa, docentes das universidades do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e de Brasília (UnB), respectivamente, e Gilberto Calil e Josevaldo Cunha, ambos diretores do ANDES-SN da gestão 2023/2025, apresentaram os resultados preliminares da 2ª etapa da Enquete Nacional “Condições de Trabalho e Saúde Docente”, organizada pelo Sindicato Nacional, por meio do Grupo de Trabalho de Saúde e Seguridade Social (GTSSA).
A iniciativa teve como objetivo traçar um panorama das condições de trabalho e saúde das e dos docentes do ensino superior e do ensino básico, técnico e tecnológico, que atuam em universidades federais, estaduais, municipais e distrital, além de institutos federais e Cefets.
Esta segunda etapa ampliou o alcance para 144 instituições, com a participação de 5.362 professoras e professores, sendo 4.783 na ativa e 579 aposentadas e aposentados. A enquete evidenciou a sobrecarga de trabalho e os impactos na saúde física, emocional e financeira da categoria em atividade. Também abordou aspectos como tempo de trabalho, condições estruturais e salariais, relações de trabalho e organização sindical.
Foi possível delinear o seguinte perfil a partir das respostas. A maioria das e dos respondentes (64,7%) está na faixa etária entre 40 e 59 anos, com predominância de mulheres cisgênero (54,5%), pessoas brancas (65,5%) e heterossexuais (83,5%). Em termos de formação, 87,9% possuem doutorado e 95,5% ocupam cargos efetivos nas instituições de ensino, sendo que 86,6% trabalham em regime de 40 horas semanais, dos quais 90,7% têm contrato de Dedicação Exclusiva.
PLENÁRIA DE CONJUNTURA
A primeira mesa temática do 68° CONAD do ANDES-SN teve início no final da tarde da sexta-feira, dia 11 de julho. Com o tema I “Atualização do Debate sobre Conjuntura e Movimento Docente”, foram apresentados sete textos de análise que, apesar de pontos divergentes, convergiram na necessidade de ampliar a denúncia do genocídio do povo palestino, promovido pelo Estado de Israel, e outras guerras que têm sustentado o processo de reorganização do imperialismo mundial. Também apontaram a urgência de combater a expropriação devastadora dos recursos naturais, bem como os ataques aos direitos da classe trabalhadora em escala global.
Várias manifestações das e dos participantes reforçaram a importância deste Conad garantir resoluções que atualizem a agenda de luta da categoria em diálogo com temas urgentes da conjuntura como o fim da Jornada 6x1, a taxação dos super ricos, a reforma tributária, e ainda a adesão do ANDES-SN ao Plebiscito Popular, que trata dessas temáticas.
Outras pautas também foram recorrentes como a necessidade de intensificar a luta em defesa de 10% do PIB para a Educação pública, contra o Novo Arcabouço Fiscal, contra as reformas Administrativas, contra o PL da Devastação, pela recomposição dos orçamentos das universidades públicas, institutos federais e cefets, bem como pelo cumprimento integral do acordo da greve da educação federal e contra a tentativa de privatização da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).
GRUPOS MISTOS
Na noite do primeiro dia do 68º CONAD do ANDES-SN, a organização do evento preparou 8 grupos mistos, onde (as)os docentes tiveram a oportunidade de aprofundar os debates a partir das deliberações das assembleia de bases, em um diálogo entre delegados(as) e observadores(as). O tema II “Atualização dos Planos de Lutas dos Setores e Plano Geral de Lutas” norteou as discussões.
ATRAÇÃO CULTURAL 2
O terceiro turno dos trabalhos no 68º CONAD, no sábado, dia 12 de julho, teve início com arte na capital do Amazonas. A atração cultural ficou a cargo de “W MC”, representante do movimento hip-hip manauara.
Músico, MC de batalha e rimador desde criança, Warlisson Nunes ou W MC é um nome conhecido nas batalhas de rimas de Manaus e nas de nível nacional, com atuação ativa desde 2017. Representou o Amazonas duas vezes no “Duelo Nacional de MCs”, uma das principais competições freestyle rap do Brasil que reúne representantes de várias partes do país em uma disputa de destaque da cultura hip-hop. Também participou de outros grandes eventos nacionais como a batalha de rima “Red Bull FrancaMente” e a “Batalha da Aldeia”, este último um torneio de rimas freestyle realizado em São Paulo, colecionando em torno de 400 vitórias.
CAMPANHA
Durante o evento, foi lançada a campanha “Piso Salarial Nacional: Lutar, Conquistar, Valorizar!”, conforme deliberação do 43º Congresso do ANDES-SN. A iniciativa tem como objetivo fortalecer a divulgação do piso da educação básica, que passa a ser referência na luta pela construção de uma carreira única para o magistério, defendida pelo Sindicato Nacional.
A definição do piso do magistério público como referência para o início da carreira docente foi aprovada no 15º Conad Extraordinário, realizado em 2024. A campanha foi apresentada pelo Grupo de Trabalho de Carreira Docente (GTCarreira) da atual gestão, composto por André Martins, 2º vice-presidente da Regional Rio Grande do Sul, Jacqueline Alves, 1ª vice-presidenta da Regional Leste, e Annie Hsiou, 3ª vice-presidenta do ANDES-SN.
PLENÁRIA TEMA II
A primeira plenária deliberativa do 68º CONAD do ANDES-SN iniciou na noite do segundo dia do evento, 12 de julho, no auditório Rio Amazonas, na UFAM e só acabou durante a tarde do domingo, 13 de julho. O tema central do debate pelas professoras e pelos professores foi a “Atualização dos Planos de Lutas dos Setores e Plano Geral de Lutas”.
A possibilidade de extinção ou privatização da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) foi o ponto principal do debate do plano do Setor das Iees, Imes e Ides. A categoria enfrenta uma forte luta na Uemg contra o governo de Romeu Zema (Novo) que, para pagar as dívidas do estado com a União no âmbito do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), editou dois projetos de lei que se forem aprovados significarão o fim da universidade.
O Projeto de Lei (PL) 3.733/2025 autoriza o Poder Executivo a vender para iniciativa privada ou transferir para a União os bens imóveis de propriedade do Estado de Minas Gerais, suas autarquias e fundações públicas, para fins de pagamento de parte da dívida. Já o PL 3.738/2025 propõe a extinção da Uemg e a transferência de sua gestão e de seu patrimônio para a União ou para a iniciativa privada.
Palavras de ordem como “Uemg: quem conhece, defende!” e “Mexeu com uma, mexeu com todas” foram puxadas durante as falas das e dos docentes. Além do debate sobre a importância de fortalecer e nacionalizar a luta em defesa da Uemg, foi apontado o risco de outros estados adotarem medidas semelhantes.
Nesse sentido, foi aprovado que a discussão sobre a proposta da transferência da Uemg para a União e/ou sua privatização, seja parte de painel na reunião do Setor das Iees, Imes e Ides sobre Federalização e Propag, promovendo ainda um debate acerca dos PLs 3733 e 3738.
Além disso, entre outras ações, o ANDES-SN intensificará o apoio político, financeiro, jurídico e estrutural à luta em defesa da Uemg contra os projetos de lei do governo Zema, que visam à destruição da universidade. Dentro da campanha "Universidades Estaduais: quem conhece defende", serão também produzidos materiais e um dia nacional de luta em defesa da Uemg, e, ainda, uma campanha nacional de solidariedade à instituição estadual mineira, seus docentes e em defesa da autonomia universitária.
ÚLTIMO DIA
O último dia do 68º CONAD, 13 de julho, também iniciou com arte e música no auditório Rio Amazonas, na UFAM. O Grupo de Maracatu Pedra Encantada, fundado em 2016, é apadrinhado pela centenária Nação do Maracatu Porto Rico, com fundação em 7 de setembro de 1916. Primeiro no Amazonas com as bênçãos de uma Nação de Maracatu, o grupo realiza a difusão do Maracatu de Baque Virado, manifestação cultural com origem nos terreiros de candomblé. Atua como ferramenta afirmativa para garantir e fortalecer a identidade de pessoas racializadas, especificamente de Manaus (AM), e enfrentar o silenciamento e apagamento da comunidade negra na construção do território e da nossa cultura. Os integrantes tocam alfaias (tambores) que dão o baque (ritmo) das loas (músicas), acompanhadas de agbês, gonguês, atabaques e caixas.
ATO PL 2159
Para fechar a programação da manhã do último dia do 68º CONAD, logo após o fim da Plenária do Tema II, participantes protestaram contra o Projeto de Lei (PL) 2.159/2021, mais conhecido como o PL da Devastação, que retornou à Câmara dos Deputados após aprovação no Senado e altera normas e diretrizes gerais para o licenciamento ambiental em todo o país, trazendo uma série de riscos.
Esta é uma pauta urgente que se alinha ao tema central do evento: “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”.
ATO COLETIVO NEGROS E NEGRA DO ANDES
Outro importante ato ocorreu no auditório Rio Amazonas, durante o 68º CONAD. O coletivo de Negras e Negros do ANDES-SN subiu no palco de cantou "Povo negro unido, Povo negro forte, que não teme a luta, que não teme a morte".
As(os) representantes explicaram que a luta antirracista é indissociável da luta anticapitalista e que não há enfrentamento real ao colapso socioambiental sem a centralidade do combate ao racismo ambiental. Lembrando que o" Coletivo de Negras e Negros do ANDES-SN" é um grupo que luta contra o racismo institucional, entre outras importantes pautas.
PLENÁRIA FINAL
A plenária de encerramento teve início às 23h do domingo (13), com a leitura das moções apresentadas ao longo do 68º Conad. Ao todo, foram aprovadas 18 moções sugeridas pela diretoria do Sindicato Nacional, por seções sindicais e por docentes da base.
Os textos trataram de diversos assuntos, e os participantes manifestaram repúdio à aprovação, pelo Senado Federal, do Projeto de Lei nº 2159/21, conhecido como “PL da Devastação”. A proposta cria a chamada Licença por Adesão e Compromisso (LAC), que enfraquece o sistema de licenciamento ambiental no país.
Também foi manifestado repúdio à participação da Petrobrás no genocídio do povo palestino, conforme denúncia da ONU, bem como à pulverização de agrotóxicos por drones no estado do Ceará. As e os docentes também declararam apoio à professora Nathália Wicpolt, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), alvo de racismo institucional, além de condenarem o tarifaço imposto pelo governo Trump ao Brasil e as políticas econômicas de caráter regressivo.
As moções ainda abordaram a defesa do cumprimento integral do acordo firmado com docentes federais em 2024, a atuação do Ministério Público Federal em prol das ações afirmativas, e a necessidade de implementar políticas específicas voltadas para pessoas trans e travestis nas instituições federais de ensino.
CARTA DE MANAUS
A professora Fernanda Maria Vieira, secretária-geral do ANDES-SN, fez a leitura da Carta de Manaus, que trouxe uma síntese dos debates e deliberações dos três dias do evento deliberativo do Sindicato Nacional.
O documento destacou que 68º Conad foi marcado por rituais ancestrais, manifestações culturais e a posse da nova diretoria, destacando a diversidade e a resistência frente ao avanço das ofensivas do Capital, do conservadorismo, da extrema direita e das políticas de extermínio.
“O Conad de posse da nova diretoria do ANDES-SN, para o biênio 2025-2027, foi marcado por simbolismos, diante de um presidente negro, vindo da periferia maranhense e professor EBTT. E, nesse encontro das diversidades que marcam nossos corpos, a professora Jacyara nos embala: Exu sorriu, Dandara dançou e Zumbi celebrou! Quilombo presente! O Conad se realiza em um cenário que impõe nossa unidade diante do avanço do Capital sobre as nossas vidas e direitos”, ressaltou.
NÚMEROS
O 68º Conad do ANDES-SN aconteceu de 11 a 13 de julho, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com o tema central “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”. O evento deliberativo foi organizado pela Associação dos Docentes da Ufam (Adua – Seção Sindical do ANDES-SN).
Ao todo, participaram 83 seções sindicais, sendo 2 convidadas, 80 delegadas e delegados, 194 observadoras e observadores, 34 diretoras e diretores nacionais, cinco convidadas e convidados, três acompanhantes, quatro crianças, além de 32 trabalhadores e trabalhadoras da imprensa, jurídico e administrativo do ANDES-SN e seções sindicais, totalizando 352 pessoas presentes no evento.
DELEGAÇÃO APROFURG
A APROFURG - Seção Sindical do ANDES-SN foi representada por 8 professoras(es) da base e da diretoria do sindicato. O delegado Gustavo Miranda e as(os) observadores Marcia Umpierre, Itiara Veiga, Angélica Miranda, Júlia Matos, Denise Senna, Tiago Dziekaniak e Yuri Ávila levaram as deliberações da assembleia geral para Manaus.
PRÓXIMO CONAD
Ainda na Plenária do Tema III, as e os docentes escolheram a cidade de São Luís (MA) como sede do 69º Conad do ANDES-SN, que será organizado pela Associação de Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma - Seção Sindical do ANDES-SN).
Na sequência, Antônio Gonçalves, vice-presidente da Apruma SSind., recitou um poema do maranhense João do Vale, intitulado Todos Cantam Sua Terra: “Todo mundo canta sua terra. Eu também vou cantar a minha. Modéstia à parte, seu moço, minha terra é uma belezinha.”
Logo após, foi exibido um vídeo institucional de divulgação de São Luís, que receberá o próximo Conad.
Cláudio Mendonça, presidente do ANDES-SN e base da Apruma SSind. destacou que a capital do Maranhão representa resistência, luta e cultura. “É muito simbólica também essa passagem de Manaus para São Luís, porque a história amazônica é de grande irmandade. Do Maranhão ao Acre, de Roraima a Rondônia, todos somos floresta. Reforçar isso em um momento de avanço das políticas de desmatamento será fundamental. Eu tenho absoluta certeza de que a Universidade Federal do Maranhão (Ufma) colocará seu coração e sua energia para que seja um evento à altura do nosso Sindicato Nacional”, finalizou.