Foto: Câmara de Vereadores de Rio Grande
Votação ocorreu na última quarta-feira, dia 6 de outubro, na Câmara de Vereadores
Retrocesso. Essa é a palavra que pode definir o sentimento de todos e de todas que estavam presentes na Câmara de Vereadores e puderam ver de perto a votação do Projeto de Lei 058, que limitou o meio passe para os estudantes. Os alunos de escola particular terão direito ao meio passe, caso a renda familiar não ultrapasse três salários mínimos. Os vereadores votaram contra todas as emendas propostas, entre elas, contra o direito de meio passe para bolsistas de escolas particulares e da utilização da meia passagem em todos os dias da semana pelos estudantes.
“A gente perdeu o direito de usar o meio passe nos domingos e nos feriados, já que a gente não tem aula nesses dias. Além disso, ficamos limitados ao uso de no máximo quatro meio passes por dia, então se o estudante precisar pegar dois ônibus para chegar na sua escola, universidade ou espaço de formação ele só vai poder fazer o trajeto de ida até o local e volta para casa. Por exemplo, os colegas da universidade que estão na graduação e especialmente na pós-graduação, que tenham compromisso de desenvolver projetos de ensino, pesquisa e extensão serão diretamente atingidos por esta limitação”, explicou a aluna da pós-graduação da FURG, Fabiane Fonseca.
A estudante ainda lembrou que a FURG conta com cerca de 12 mil estudantes. “Na universidade contamos com projetos na área da saúde, direito, psicologia, entre outros inúmeros projetos voltados para o fortalecimento da participação social. Esses projetos de extensão serão diretamente prejudicados, pois sem o acesso ao meio passe, os estudantes não tem como se deslocar até esses locais, fora do período de aula”, disse.
Outro fator que chamou a atenção dos alunos e alunas que presenciaram a votação foi a limitação de pessoas durante a sessão de votação. “Limitaram o número de pessoas no plenário para 20, e o que aconteceu é que eles avisaram previamente a juventude da base do governo, que apoiavam o projeto e acabaram ocupando várias cadeiras. Além disso, vários assessores de alguns vereadores também estavam sentados lá, o que reduzia ainda mais o nosso poder para pressionar os vereadores e vereadoras”, concluiu Fabiane.
Já para a coordenadora do diretório central dos estudantes (DCE-FURG), a Câmara de Vereadores já não é mais a “casa do povo”. “Nós não iremos recuar, nós iremos às ruas e vamos mobilizar cada vez mais os nossos estudantes para reivindicar os nossos direitos. É impossível que uma casa que se diz do povo simplesmente obedeça ordens do empresariado e não consiga, de forma nenhuma, abrir o diálogo para a comunidade discente”, reiterou.