
NOTA PÚBLICA DA FRENTE POPULAR / Rio Grande – RS.
A CRISE HUMANITÁRIA EM NOSSA CIDADE
Rio Grande-RS vive um verdadeiro caos na saúde pública! Desde o dia 1º de janeiro de 2021 até o presente momento, já perdemos 135 vidas. Atualmente, de acordo com o Boletim Diário da Vigilância em Saúde – PMRG, somam-se mais de 12 mil rio-grandinos contaminados pela COVID-19. Neste ritmo acelerado, poderemos perder até final do ano, aproximadamente, 1.000 (um mil) vidas.
No entanto, as entidades empresariais, CDL, Câmara do Comércio e outras, que atuaram politicamente ao longo de 2020, utilizaram-se de um falso conflito e de um raso discurso: VIDA X ECONOMIA! Obviamente, a VIDA não comporta nenhuma outra comparação. Não há economia sem vida. Essas entidades tomaram o poder, apoiaram e elegeram o Seu Prefeito e, neste momento, mostram-se incompetentes e omissas no combate à maior crise humanitária da história recente no planeta. Além de não construírem ações efetivas de combate ao vírus, também não viabilizam o retorno seguro das atividades econômicas.
Desde o começo da pandemia, a FBP sempre denunciou que a política defendida pelas entidades empresariais levaria à situação de caos em que nos encontramos. Infelizmente, a conta está sendo paga com a vida dos trabalhadores e trabalhadoras que tombam dia após dia, causando traumas insanáveis. Sem mencionar, além disso tudo, os inúmeros casos de sequelas causadas pela doença.
O Hospital Universitário - HU, Santa Casa e UPA’S estão lotados de pacientes positivados para a COVID-19. Vidas se perdem por ausência de leitos disponíveis em UTI destinados ao cuidado de pacientes com síndromes respiratórias agudas graves derivadas da COVID-19 e/ou quaisquer outras doenças graves.
Em meio à toda crise, é preciso lembrar que o empresariado e suas entidades representativas fizeram carreatas, produziram manifestações públicas de aglomeração, insuflaram a população a se colocar em risco ao propagarem discursos que negam a gravidade da pandemia, potencializando o problema.
Registre-se, outrossim, que parte destes empresários, neste ano, assumiram o PODER DE GESTÃO DA SANTA CASA DO RIO GRANDE e, até o presente momento, nada de concreto realizaram. Os trabalhadores e trabalhadoras estão sem receber salário, faltam remédios, os leitos de UTI e de Enfermaria - tão criticados pelos mesmos - até agora não foram aumentados ou receberam uma melhor estrutura. Trata-se de uma verdadeira contradição: “faça o que eu digo, mas não faça o que faço”.
Em razão disso, cumpre questionar: onde estão os leitos de UTI? Onde está o dinheiro dos salários dos trabalhadores da Santa Casa?
Infelizmente, além de não resolverem o problema, nem pagarem os seus trabalhadores, estão tentando retirar servidores da área de saúde da Prefeitura, redirecionando-os para a Santa Casa.
O Prefeito, por sua vez, mostra-se omisso frente aos graves problemas da pandemia, uma vez que não assume a linha de frente no combate em prol da vida. Esconde-se atrás do Governador que, no passado, foi seu cabo eleitoral. Alia-se ao prefeito de Porto Alegre (MDB) que, por sua vez, é aliado do governo Bolsonaro, o qual negou a pandemia nos mais diversos níveis, desdenha do uso de máscaras, jamais atendeu aos apelos públicos das autoridades cientificas para o distanciamento social, fez propaganda e distribuiu o uso de medicamentos sem eficácia comprovadas e, principalmente, sabotou mais de uma vez a compra antecipada de vacinas. Um verdadeiro genocídio em nível nacional que se reflete em nossa cidade!
Em Rio Grande, não há um trabalho efetivo de combate à circulação do vírus, não há testes suficientes para população, não há investimentos para ampliação de leitos, não há uma política de distanciamento social efetiva que possibilite, inclusive, a sonhada retomada da atividade econômica com segurança. Nem sequer a vacinação está organizada em nossa cidade. Não há um plano municipal de vacinação claro e efetivo. Falta transparência! As pessoas com idade avançada esperam horas e horas pela sonhada vacina, sem o mínimo de dignidade e distanciamento adequado, colocando em risco, mais uma vez, a própria saúde. Rio Grande já recebeu mais de 48 mil doses de vacinas, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (https://vacina.saude.rs.gov.br/), no entanto não consegue fazer as vacinas chegarem ao povo.
Além disso, urge um posicionamento do governo municipal frente às prescrições medicamentosas sem comprovação científica para o tratamento da COVID-19. Repudiamos a manifestação falaciosa de um suplente de vereador, na Câmara de Vereadores, de possíveis benefícios e incentivando ao “tratamento preventivo/precoce”. Já há registros científicos de hepatite medicamentosa como consequência do tratamento precoce com ivermectina, o que levou o laboratório que produz o medicamento a emitir uma nota desorientando o uso para o tratamento da COVID-19. A cloroquina, outro exemplo, foi banida nos hospitais norte-americanos, na metade do ano passado. Não existe, até o momento, outra forma de prevenção da COVID-19 a não ser pela vacinação, pelo isolamento social, pelo uso de máscaras com distanciamento social e higienização frequente das mãos, como também, não há tratamento específico para essa doença. Sabe-se que a pluralidade de orientações- que desconsideram a ciência- vem causando a prevenção inadequada da população e potencializando o risco da transmissão do coronavírus, a automedicação e, consequentemente, o agravamento de outras doenças.
Ademais, lembramos que a Câmara de Vereadores já aprovou o recurso de R$ 1 milhão para compra de vacinas, porém até o presente momento nada aconteceu. A cada dia o atraso e lentidão na vacinação resultam em mais vidas perdidas e na possibilidade de maior resistência do vírus circulante.
Ainda pior, no meio da pandemia, vivenciamos o descaso com os trabalhadores e trabalhadoras no recente episódio da “Greve dos Rodoviários”. O Prefeito além não resolver o grave problema que afeta a toda população, exige o fim do acampamento dos trabalhadores em greve sob o argumento de “aglomeração”. No entanto, em relação aos servidores públicos, o executivo municipal determinou o retorno às atividades presenciais em repartições, potenciais espaços de contaminação do coronavírus, podendo resultar em mortes. Preocupa-nos, e muito, os já noticiados falecimentos de servidores da Secretaria Especial do Cassino.
Basta!
A Frente Brasil Popular, em nome da vida do povo rio-grandino, exige a imediata tomada de providências para virarmos o jogo contra a pandemia. Chega de mortes! Chega de omissão! Basta de proteção aos mais ricos da cidade!
Exigimos a imediata ampliação da vacinação, mais rápida e eficiente: TODOS VACINADOS ATÉ JUNHO! Exigimos o imediato investimentos na rede de Saúde Pública com a necessária ampliação de leitos intensivos e semi-intensivos, aliado ao fortalecimento do SUS. Exigimos uma política sanitária eficiente de distanciamento social, sem causar graves prejuízos econômicos, mas que priorize a vida. Exigimos a solução para a Greve dos Rodoviários, com o pagamento dos salários e a manutenção dos postos de trabalho em uma nova empresa, conforme determinação do Ministério Público/RS. Exigimos a adoção de todas as medidas sanitárias necessárias para evitar a morte de servidores públicos municipais em suas secretarias e repartições.
Rio Grande, abril de 2021.
Assinam esta nota:
CUT REGIONAL LITORAL SUL
CTB – CENTRAL DOS TRABALHADORES DO BRASIL
CNTE – CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO
APROFURG
APTAFURG
SINDIAGUA
SEEB RG - SINDICATO DOS BANCÁRIOS
SINPRO-RG
SINTERG – SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO RIO GRANDE
6º NÚCLEO DO CPERS/SINDICATO
SENERGISUL – SINDICATO DOS ELETRICITÁRIOS DO RS
SINDICATO DOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO DE RIO GRANDE
SINDIRECEITA - ANALISTAS TRIBUTÁRIOS DE RG
SINDICATOS DOS TAXISTAS E TRANSPORTADORES DE PASSAGEIROS E BENS DE RIO GRANDE
SINDICATO DOS TRABALHADORES PORTUÁRIOS DO RIO GRANDE
SINDICATO DO TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS COOPERATIVAS AGROINDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE RIO GRANDE
PCB
PCdoB
PSOL
PT
ADEFERS – ASSOCIAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS EM DEFESA DAS ESTATAIS E DO PATRIMÔNIO PÚBLICO DO RS
AFCEEE -
ALGBT-RG
ANEPS – ARTICULAÇÃO NACIONAL DE MOVIMENTOS E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
FONSAMPOTMA - FÓRUM NACIONAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL DOS POVOS TRADICIONAIS DE MATRIZ AFRICANA
MNLM - MOVIMENTO NACIONAL DE LUTA PELA MORADIA
MOPS/RG - MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE
UJS - UNIÃO JUVENTUDE SOCIALISTA
JPT - JUVENTUDE DO PT
COLETIVO KIZOMBA
GRÊMIO ESTUDANTIL AUGUSTO DUPRAT
GREMIO ESTUDANTIL DO JUVENAL MILLER
FONSANPOTMA